Estudando em Casa
Mariana* estava com tudo pronto para estudar para a prova do dia seguinte. Matemática! Mariana precisava de nota, mas estava com tudo acertado: era só treinar alguns exercícios e a prova seria uma “sopa”.
_ Mariana! Telefone “pra” você!
_ Já vou, mãe!
Era a Cíntia, com uma fofoca daquelas! E vinte minutos depois...
_ Tô com fome. _ Vou desligar. Tchau!
Terminado o lanchinho, chegou um mecânico para consertar a máquina de lavar roupa e Mariana resolveu dar uma paradinha nos estudos para ver o que estava acontecendo.
Mais um telefonema, a campainha que tocou, uma gritaria na rua que prendeu a menina à janela um tempão e, quando Mariana foi se dar conta, já havia anoitecido e ela nem havia conseguido terminar a primeira lista de exercícios...
E agora?!
*Nome fictício
E com você? Também é assim?! Então leia as dicas abaixo:
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Reserve sempre um mesmo período do dia para as tarefas escolares, esforçando-se para não alterar seu horário de estudo. Isso o ajudará a criar um hábito de trabalho em casa. Peça para algum familiar atender ao telefone, avisando que você está ocupado. Se a ligação for para você, diga que retornará logo que possível. Desligue o celular. Saia da rede. Use a internet, neste momento, somente como apoio ao estudo.
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Procure um canto sossegado para estudar, verifique se todo o material que você necessitará está à mão, como lápis, cadernos, dicionário, caneta, livros, borracha, compasso e coisas assim. Nunca estude deitado. A melhor posição para estudar é sentado, com postura correta para não perder a concentração e não se cansar. Procure estudar em algum lugar onde se sinta confortável.
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Organize uma sequência de trabalho, isto é, o que fazer em primeiro lugar, o que fazer em seguida e assim por diante, de acordo com as necessidades. As tarefas para o dia seguinte devem ser prioritárias.
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No final de cada tarefa, levante e dê uma voltinha, por alguns minutos. Isso ajuda a descansar a mente e o corpo. Fazer um breve alongamento também ajuda. Depois, volte e retorne ao trabalho.
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Concentre-se em uma tarefa de cada vez. Não faça uma atividade com a cabeça preocupada com o que ainda está faltando. Se você se organizar bem, haverá tempo de sobra.
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Acostume-se a prestar atenção no tempo que está gastando para fazer suas tarefas. Cada pessoa tem seu ritmo próprio. Não se compare aos outros, mas veja se não está perdendo tempo à toa.
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Todo dia, você deve dar uma olhada rápida no assunto que acabou de ser ensinado. Não deixe para ver toda a matéria nas vésperas da prova, porque, desse jeito, você só descobrirá dúvidas quando não houver mais tempo de pedir auxílio ao professor.
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Sempre dê preferência às matérias que você teve no dia. Comece os estudos fazendo os exercícios para casa que foram passados no dia. Dessa forma a matéria está “fresquinha” na sua cabeça e fica muito mais fácil manter a concentração.
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Evite fazer “visitas” à geladeira durante o horário de estudos. Estude antes ou depois do lanche. Aquela sede, aquela fome ou súbita vontade de ir ao banheiro, tudo isso, causa desconcentração. Deixe a garrafinha de água próxima e alguns petiscos saudáveis no caso de a fome chegar “de supetão” (pedaços de frutas cortadas, barrinha de cereais, um copo de vitamina – tudo preparado com antecedência).
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Leia todas as perguntas antes de iniciar a tarefa de casa. Folheie o livro da matéria cuja lição tem que ser feita, ou o caderno da respectiva matéria, lendo os pontos mais importantes, antes de iniciar a lição. Isso o ajudará a encontrar as respostas com mais facilidade.
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Nada de programar uma rotina exaustiva de estudo. Isso pode tornar o estudo algo extremamente desmotivante. O tempo ideal de dedicação vai depender da sua necessidade e da facilidade que tem com cada disciplina. Mas o importante é que sejam realizados pequenos intervalos de 10 minutos a cada 50 minutos de concentração nos estudos.
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Procure ler jornais e revistas que são uma boa forma de relaxar a mente após o estudo e ainda mantê-lo bem informado, o que é extremamente necessário para qualquer estudante. Apreciar a arte e a cultura também é uma boa ideia, assim como ler livros, ir ao teatro, ver um filme no cinema...
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Fazer os trabalhos escolares é trabalhar mesmo, como os adultos. É uma responsabilidade igual à de seus pais, em suas atividades profissionais. Como qualquer adulto, você tem de trabalhar todos os dias. Além de aprender você está se reparando para sua vida de adulto. Estudar é o seu trabalho!
Antes da Prova
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Não deixe tudo para a véspera! Faça uma programação de estudo que permita revisar a matéria toda um pouco por dia, durante um período. Assim, você terá tempo para perceber pontos que não compreendeu bem e tirar suas dúvidas nos plantões ou no decorrer das aulas junto aos professores. Use este guia para fazer essa programação.
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Estude a matéria da prova na sequência em que foi explicada pelo professor. Não estude de modo desordenado, pulando capítulos, indo e voltando. Isso só vai confundi-lo.
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Faça de novo os exercícios principais, sobretudo os mais antigos, para verificar se não esqueceu de nada. Se houver alguma dúvida, anote no caderno ou no guia e fale com o professor. Não vá para a prova com dúvidas. Não se preocupe com quem “tira sarro” de quem pergunta, porque na hora da prova é você que terá que responder por seus acertos ou erros. Quem age dessa forma não tem respeito pelos outros.
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Se já tiver feito alguma outra prova de parte da matéria que você está estudando, dê uma olhada nesta parte novamente. Atenção para não cometer os mesmos erros.
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Preparar-se de fato para uma prova é estudar todos os dias a matéria que for dada, mesmo sem saber qual a data da avaliação. Quando a prova for marcada, você só terá de recordar o que já viu, para sair-se muito bem. As lições de casa também servem para isso, se você as fizer com atenção e empenho, já estará percorrendo grande parte do caminho para conseguir um bom resultado nas provas. As lições de casa não são dadas para preencher o tempo livre do aluno, mas sim para que este aprofunde ou fixe o conteúdo estudado em sala de aula. “Aula dada hoje. Aula estudada hoje!”
No dia da prova
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Verifique se você está levando todo o material de que vai precisar para a prova. A falta de uma régua ou de uma simples borracha poderá prejudicá-lo e muito. Aponte dois ou três lápis, confira se a caneta está escrevendo bem, se você pegou o compasso, a régua, o transferidor, o caderno e o livro da matéria, os possíveis resumos para o caso da prova acontecer com consulta.
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Antes de começar a responder às questões, respire profundamente (a oxigenação do cérebro colabora para o seu bom funcionamento e traz concentração). Depois dê uma olhada na prova toda. Isso vai ajudá-lo a calcular a dificuldade das questões e o tempo que será necessário para resolver cada uma delas.
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Concentre-se em uma questão de cada vez. Comece pelas mais fáceis segundo sua opinião. À medida que for resolvendo as questões, você ganhará mais confiança para enfrentar as mais difíceis.
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Leia e releia a questão antes de respondê-la. Lembre-se: use todo o tempo disponível! Não tenha pressa em entregar a prova. Não se perturbe se quase todos os colegas já tiverem terminado. Cada um deve preocupar-se com seu próprio ritmo. O importante é fazer uma boa prova e não bater recorde de velocidade ou de preguiça terminando rápido e sem atenção.
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Preste atenção ao que o professor pedir que você faça na prova. Verbos como “definir”, “explicar”, “exemplificar”, “relacionar”, “comparar” têm significados muito precisos. Se você “traduzir” mal o que o professor pedir, poderá errar a questão, mesmo sabendo a matéria!
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Digamos que o professor peça que você defina um cubo. Se você escrever: “Um cubo é, por exemplo, um dado”, você errou! O certo seria você responder assim: “Sólido geométrico que têm seis faces quadradas iguais.” Se o professor pedisse para você “exemplificar” um cubo, aí, sim, você poderia citar o dado.
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Do mesmo modo, muita gente erra quando a pergunta pede para comparar ou relacionar duas coisas. Nesse caso, não basta definir cada uma delas, lado a lado. O que o professor quer é que você analise cada uma e veja quais as semelhanças e diferenças existentes entre elas, comparando uma à outra. É preciso pensar!
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Também dá o maior problema quando o professor pede para “explicar” alguma coisa. Nesse caso, é preciso explicar mesmo, dar detalhes sobre a tal coisa. Não basta definir e pronto! “Explicar” quer dizer “desdobrar”, “deixar claro” para o outro. Procure fazê-lo com suas palavras de acordo com o seu entendimento.
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Não adianta querer escrever mais do que o professor pediu para “encher linguiça”. Você tem de ser objetivo e responder o que foi solicitado. Lembre-se de que, se tentar enrolar é bem provável que você acabe cometendo erros.
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Quando você não souber ou não lembrar uma questão, é sempre bom tentar resolvê-la, pensando um pouquinho sobre o assunto de que trata a questão. Muitos professores levam em consideração a correção das questões quando percebem que o aluno fez um esforço para acertar.
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Nas provas de matemática deixe registradas as contas que você fez. Isso ajuda o professor a perceber se você cometeu erros por distração ou por não ter conseguido realizar as contas corretamente. Faça a escrita dos números e dos sinais de subtração, adição, e outros com capricho. Isso o ajudará a não confundi-los ao passá-los de um lado para o outro nas expressões ou nos registros dos resultados das contas.
Após a prova
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Na hora que receber a nota da prova, compare-a com os resultados anteriores. A comparação vai servir como incentivo para continuar o que tem dado certo e demonstrar o que precisa ser mais estudado.
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Verifique que tipo de erros cometeu, se errou por distração, por ansiedade, por falta de empenho ou por necessitar de mais estudo. Pense no que é necessário mudar e acredite que sempre é possível melhorar com empenho e dedicação.
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Verifique o que acertou e continue fazendo o que está dando certo. Vá até a frente de um espelho e parabenize-se, seu esforço valeu a pena!
Fonte: Giordano, Ernestina – USP – boletim nº. 128,1952 –
Adaptado por Goldberg
Readaptado por Finelli