É por meio dos sentidos que percebemos e conhecemos todo o ambiente que nos cerca. Para cada sentido corresponde uma percepção: visual, auditiva, olfativa, gustativa, tátil.
Os órgãos dos sentidos recebem estímulos do meio exterior e os conduzem aos centros nervosos que, por sua vez, estão relacionados com os centros motores, com os da memória e os da aprendizagem. Portanto, um distúrbio em um desses centros nervosos ou nos próprios órgãos dos sentidos poderá resultar em uma deficiência sensorial, e se constituir em um problema de aprendizagem.
O desenvolvimento da visão nos indivíduos acontece, em grande parte (noventa por cento dele) no decorrer dos primeiros anos de vida. Os outros dez por cento serão atingidos por volta dos nove anos de idade. O desenvolvimento motor da criança nesta fase também está relacionado com a sua capacidade visual.
Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica o primeiro exame oftalmológico deve ser realizado ainda no berçário, pelo pediatra (Teste do Olhinho), sendo também indicado um exame ocular completo a cada seis meses nos primeiros anos de vida, e após, anualmente, até os nove anos de idade, época em que termina o desenvolvimento da visão.
A primeira etapa para o domínio das relações espaciais refere-se ao conhecimento e manejo do esquema corporal. Esse conhecimento leva à noção de lateralidade e direção. A discriminação visual permite à criança desenvolver atividades que a relacionam com o mundo ao seu redor, levando-a ao descobrimento das relações espaciais entre os objetos. Aplicando-se essas noções em figuras e desenhos, chega-se à figura-fundo que é uma atividade preparatória para os alunos alcançarem a capacidade de distinguir e analisar um objeto, uma forma, um símbolo, dentro de um contexto, e concentrar sua atenção sobre ele.
A percepção visual e a memória visual, assim como outras percepções são de extrema importância para o bom desenvolvimento das aprendizagens e aquisição do conhecimento pelos indivíduos no decorrer de sua vida escolar. Portanto, as consultas ao oftalmologista (anualmente) para a avaliação da capacidade visual do educando podem não só colaborar e muito com o processo de ensino e aprendizagem, como também, prevenir possíveis doenças do globo ocular.
SINAIS E SINTOMAS QUE NOS AUXILIAM NO RECONHECIMENTO DA INADEQUAÇÃO VISUAL
Fonte: Drouet, Distúrbios da Aprendizagem
Aparência: Olhos avermelhados, pálpebras inchadas ou frequente terçol; olhos inflamados, lacrimejantes ou estrábicos.
Reclamações das Crianças: dor de cabeça, tontura ou náusea; incapacidade de enxergar o que está escrito nos livros ou na lousa; ardume ou coceira nos olhos; visão nublada; tontura, quando andam de carro.
Comportamento: fecha ou cobre um olho; projeta a cabeça para frente para escrever; tenta eliminar uma mancha do olho; esfrega constantemente os olhos; pisca excessivamente; contorce o rosto ao ler; chora frequentemente; é irritável e se mostra preguiçosa ou nervosa; mostra-se desatenta, especialmente nos trabalhos de curta distância, como ler bordar etc.; tropeça frequentemente; é desajeitada nos movimentos do corpo; tem pouca coordenação visomotora; mantém o material de leitura muito próximo ou distante dos olhos; escreve com o rosto colado no caderno; tem dificuldade em ler; pula linhas ou relê linhas; não consegue lembrar o que leu.
Profa. Roseli Elena Andreazzi Finelli